segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LISBOA

Vem comigo ver a minha terra, janela aberta para o mar: cheiro a maresia, gritos de gaivotas.
Vem correr bairros antigos, travessas e calçadas corridas entre prédios seculares, com alma, com vida, onde o sol se escoa entre vielas, onde os pregões já não ecoam mas estão vivos em cada pedra, em cada rua.
Sobe comigo a uma colina, talvez a do Castelo, e sente-te como um rei conquistador. Sente a magia da vida que correu por estes muros, ouve as falas antigas, toca cada pedra e ela te contará histórias de heróis e marinheiros, que cruzaram mares, desbravaram terras, criaram mitos. Sobe a uma torre, que apesar do tempo se mantém de pé, olha o mar…
O mar que é o sangue a pulsar no corpo desta cidade mulher, linda e sedutora, enfeitada com sardinheiras nas janelas, com colchas de seda em dia de procissão da Senhora da Saúde. Com perfumes espalhados pelo ar….
Lisboa a minha terra, onde eu me perco em cada esquina, onde a luz do Tejo me ilumina…
Terra de santos, poetas e pintores…
Vem comigo à Sé, onde S. António brincou com os milagres. Senta-te numa mesa do Martinho e fala com Pessoa. Corre a Baixa e cumprimenta o Marquês. Vai ao Terreiro do Paço e cruza-te com Camões. Passeia num bairro ribeirinho com cheiro a mar, e aprecia as varinas de Stuart. Vai ao Chiado, ao Nicola, toma café com Bocage, e descobre Columbano. Em Alcântara, no cais, deslumbra-te com os murais de Almada…
Corre Lisboa comigo e verás o pôr-do-sol de outra qualquer colina… Espera!... Olha as estrelas que surgem brilhantes, cruzando-se com as luzes da cidade, sem choque, em harmonia.
Ao longe há uma guitarra que toca, é fado, canção perdida no tempo, mas feita do coração.
Vem comigo ver a minha terra…..

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